Nossa história em Embu começou com as reformas na Igreja dos jesuítas (Nossa Senhora do Rosário) hoje museu, tais reformas deveriam obedecer as características impostas pela arquidiocese de São Paulo, na época D. Duarte Leopoldo e Silva, que contratou o experiente Engenheiro Henrique Boccolini acompanhado de seu filho Julio, já conhecido por notória competência, no ano de 1902 projetar e traçar uma ferrovia que deveria ligar São Paulo à Santo Antônio do Juquiá, passando seu traçado por esta localidade, na época conhecida por Capela Nova, fundando a Empresa de Colonização Sul-Paulista, sediando Á hoje conhecida como o Município de Juquitiba os trabalhos técnicos da referida empresa, qual aceitou o convite e assim fez a reforma conforme lhe foi solicitado.
Henrique Boccolini em 1908, fez as vistorias e iniciou a atividade de recuperação da igreja até então em ruínas, se apaixonou pela região e junto com a esposa Clotilde e os filhos Júlio, Ada, Inês e Lídia firmaram residência no Brasil, mais precisamente na região de Juquitiba deixando para trás Roma-Itália, já em solo brasileiro nasceram ainda Tilde e Álvaro.
Nosso espaço começa a surgir com o casamento de Inês Bocollini a terceira dos 06(seis) filhos de Henrique Boccollini com o Sr. Antônio Gafree Ribeiro, Inês e Antônio casaram-se constituíram família e nosso “Espazio Vila Mei”, se torna o refúgio da família formada pelo mais novo casal, a Filha Jacintha Ribeiro acompanhava os pais já que tinha verdadeiro amor pelo lugar, pois podia desfrutar de momentos bucólicos juntamente com toda família, já que era muito comum neste período o agrupamento de colonos ítalo-brasileiros na região.
Em um destes finais de semana em Embu, a Jacintha Ribeiro, a terceira geração do nosso desbravador fundador da empresa colonizadora conhece e se casa com um Italiano chamado Ciro Mei vindo de Lucca-Italia, se tornando Jacintha Ribeiro Mei após o casamento.
Ciro Mei junto a família escolheu o Brasil para viver em paz, logo após acontecimentos familiares também históricos, uma vez que tem como membro da família Don Aldo Mei, nascido em Ruota, em Lucca – Italia e viveu em Fiano di Pescaglia, na província de Lucca.
Aldo Mei entrou no seminário em outubro de 1925 e foi ordenado sacerdote pelo arcebispo Antonio Torrini em 29 de junho de 1935. Durante o período da Resistência, ele que era contra o racismo e a xenofobia e pregava o amor, contra o regime nazista, Don aldo cedeu refúgio a judeu que lhe solicitou proteção contra os nazistas.
Em 2 de agosto de 1944 Don Aldo Mei foi preso pelos nazistas, imediatamente após celebrar a missa em sua paróquia. Ele foi preso na Pia Casa di Lucca. Acabou julgado a morte por ter dado refúgio a um judeu.
A tentativa de salvá-lo pelo arcebispo de Lucca, monsenhor Antonio Torrini, foi inútil: às 22 horas de 4 de agosto de 1944, ele foi liderado por um pelotão de fuzilamento das SS sob as arquibancadas dos Muros de Lucca, perto da Porta Elisa: ele foi forçado a cavar a cova e foi morto com um tiro. Antes de levar um tiro, ele como Cristo, perdoou e abençoou seus assassinos.
Após o fuzilamento de Don Aldo Mei, muito tristes com o ocorrido, parte dos membros a família Mei retiraram-se da Itália, sendo recebido na cidade de São Paulo – Brasil.
Voltando ao casal da época Jacintha Ribeiro Mei e o Sr. Ciro Mei, fizeram como moradia a região central de São Paulo, Alameda Jaú em uma pequena casa geminada, e mantiveram o habito familiar de passar os finais de semana e férias na casa da Nona em Embu, os filhos mantinham contato permanente com a avó Inês, já que o Sr. Antonio Gafree, conforme registros históricos da família veio a falecer precocemente no ano de 1963.
Esta união rendeu frutos, sendo eles Roberto Antônio Mei que se casou com Vera Lucia, Marisa Isabel Ribeiro Mei que se casou com o imigrante italiano Mario Carlesimo, Fabio Ribeiro Mei que se casou com Elza Mei, sendo o primeiro o nosso conhecido Dr. Roberto Mei.
Como habito da época e com o avanço da idade da avó, Roberto Mei por ser o neto mais velho retirou-se da região central e veio para a região de Embu para ficar com a avó (Nona Ines) já idosa, estudando e se tornando Eng. Agrimensor a pedido de Inês, por ter orgulho da profissão de seu pai, Henrique Boccolini, após isto, Roberto também se formou em direito.
Roberto Antonio Mei permaneceu no mesmo local mesmo após o falecimento da avó no ano de 1975, fez de nosso espaço sua moradia e trabalho, chegando a ser vereador de Embu.
O espaço serviu como seu escritório de advocacia, o primeiro de nossa região, e aos finais de semana para o oferecimento dos filhotes cachorros que a ele criava com tanto carinho, chegando a ter mais de 68 animais, mas cachorros eram uma paixão na vida de Roberto Mei e seus ancestrais.
O habito de oferecer os filhotes aos turistas que visitavam a tradicional feira de Embu das Artes, tornou-se uma forma para que Roberto Mei pudesse apurar seu gosto por animais.
Os amigos expositores de filhotes com dificuldades em divulgar seu trabalho, pediam ajuda do amigo para expor em nossa área, que com o volume resolveu oferecer o espaço para amigos próximos para que pudessem explicar pessoalmente as exigências e particularidades de cada raça e da canicultura.
Roberto Mei faleceu em 21 de dezembro de 2011 em sua residência, Sitio Morada do Alto, em época mantinha em seu sitio posse diversos cães, pois mesmo idoso e adoentado mantinha a paixão pelos animais, cercado por três cachorros de estimação que ficavam em sua companhia permanentemente.
O local hoje é administrado por uma empresa, sobre conselho administrativo da família.
Marinho, Fabinho, Cirinho, Fabinho, Luciana e Ângelo (filhos de Marisa, Fabio e Roberto)
Curiosidade de família:
A Família se mantem num ciclo dos primeiros meninos homens se chamarem Roberto Mei e sequencialmente Ciro Mei onde já se repete por 4 gerações:
Outra imagens da família:
Conheça mais sobre a historia de Don Aldo Mei
Aldo Mei nasceu em Ruota, no município de Capannori (Lucca) e vive em Fiano di Pescaglia, na província de Lucca. Ele entrou no seminário em outubro de 1925 e foi ordenado sacerdote pelo arcebispo Antonio Torrini em 29 de junho de 1935. Durante o período da Resistência, ele freqüentemente oferecia refúgio a judeus, desertores do regime fascista e políticos perseguidos. Em 2 de agosto de 1944, ele foi preso pelos nazistas durante uma prisão, imediatamente após celebrar a missa em sua paróquia.
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FONTES:
http://cidadeembudasartes.sp.gov.br/embu/portal/noticia/ver/332
http://arquisp.org.br/historia/dos-bispos-e-arcebispos/arcebispos/dom-duarte-leopoldo-e-silva
-autos de processos de inventários do ano de 1978
-autos de processos de inventários do ano de 1968
-autos de processo
-Família MeI